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Livros: Mini Madeleines – Sandra Mahut

Comprei esse livro há bastante tempo, mas nunca havia tentado uma receita dele até essa semana. Confesso que o que me chamou mais atenção na hora da compra foram as forminhas que o acompanham, afinal é sempre difícil achar forminhas de madeleine, ainda mais em versão pequena.

O livro é dividido em duas partes: madeleines salgadas e doces, em que cada uma apresenta uma receita base, de onde todas as outras vão ser apenas versões. Cada página tem uma foto, de forma que todas as receitas fiquem bem ilustradas, mas achei estranho o fato de que todas as fotos mostram outras forminhas sendo usadas, e não as que fazem parte do kit. No final de cada parte há sugestões de molhos para acompanhar, bem como dicas de como servir os bolinhos. A introdução é breve e não oferece nenhuma informação técnica ou definição sobre as madeleines em si. As forminhas são boas, mas a marquinha de concha não é muito profunda.

Testei uma versão doce e outra salgada e, nas duas vezes, tive que fazer algumas alterações no preparo relativas a tempo de forno, temperatura e rendimento. Isso seria uma enorme desvantagem para algum iniciante, que poderia achar que fez algo errado. De qualquer forma, o resultado de sabor nas duas receitas me agradou bastante, então vou postá-las depois aqui no blog. É um livro legal para presentear ou usar como complemento, mas caso você já tenha suas forminhas e suas receitas preferidas de madeleine, ele não é essencial.

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Livros: A Itália de Jamie – Jamie Oliver

Na época em que este livro estava em seu auge aqui no Brasil, acredito que entre 2007 e 2008, eu não o comprei, mas fiquei com ele na cabeça por inúmeros elogios que aqui e ali eu ouvia. Quando uma livraria na cidade fechou as portas, fazendo antes uma grande promoção de livros, este foi um dos que escolhi para levar para casa.

Ele tem um estilo de edição parecido com alguns outros do mesmo autor, com fotos incríveis do David Loftus e um texto de entrada em cada receita, bem informal. A divisão do livro praticamente obedece ao serviço de um banquete italiano, começando pelos antepastos e terminando nas sobremesas, mas antes com uma introdução sobre o que seria essa “Itália de Jamie”, ou seja, a experiência gastronômica e cultural do autor no país.

E o legal do livro é exatamente este relato pessoal, como se fosse um diário de viagem de tudo que ele encontrou por lá: lugares, pessoas, ingredientes. Não se trata de um livro de receitas italiano autêntico, é claro, mas como ele próprio deixa marcado no título do livro, é a maneira como ele experimenta a Itália, assim como cada um de nós pode conhecer um pouco de um lugar através de sua comida. Até porque, e isso é um assunto constante no livro, cada família italiana tem um jeito muito próprio de fazer as coisas.

O ponto forte de A Itália de Jamie é a conversa do autor com o leitor, já característica do Jamie Oliver, tanto em seus livros como em seus programas de TV, lembrando muitas vezes um texto de blog. De ponto fraco eu apontaria apenas algumas escolhas da diagramação (dispensaria algumas páginas pretas com texto em fonte branca) e da tradução (o tradutor chega até a debochar de uma dica do Jamie Oliver), além disso, achei muito estranho não ter receitas de pães, mas no geral o livro é muito bonito e estou com várias receitas marcadas para fazer. Semana passada eu preparei uma, que já se tornou preferida e que amanhã postarei aqui.

Imagem: foto de divulgação do livro.

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Muffins de Banana


Eu não esperava que fossem, mas com certeza foram os melhores muffins que já fiz até agora. Primeiro porque a textura passou longe de ser a de um bolinho, isto é, são muffins mesmo, quase pãezinhos. Segundo porque saíram deliciosos, divinos, quando tudo que eu queria era apenas aproveitar umas bananas.
Além disso, foi a primeira receita que testei de um livro muito fofo que comprei: Afternoon Tea [Molly Perham]. O livro é um charme, fica em pé na página da receita e pode ser lido indo e voltando, com uma só receita em cada página.

Ele traz apenas receitas referentes ao chá da tarde britânico: sanduíches, salgados, tortinhas, cookies, muffins, brownies, scones, pães, loafs, geléias, barrinhas, bolos… e todas lindas e com fotos. Outra vantagem é que as quantidades vêm em diversas unidades de medida, não sendo necessário ficar fazendo contas. Não vi uma receita ruim, tenho vontade de fazer todas. Esse vai para a Estante.

Ingredientes:
225 g (2 xícaras) de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 pitada de sal
1/2 colher (chá) de canela em pó
1/2 colher (chá) de noz-moscada
3 bananas grandes maduras
1 ovo
1/4 de xícara (50 g) de açúcar mascavo escuro
1/4 de xícara (50 ml) de óleo vegetal
1/4 de xícara (40 g) de passas pretas

Preaqueça o forno em 190°. Unte 12 forminhas de muffins. Misture numa vasilha a farinha, o fermento, o bicarbonato, o sal, a canela e a noz-moscada. Reserve. Descasque as bananas e com a batedeira amasse-as bem. Acrescente o ovo, o açúcar e o óleo e continue batendo até misturar bem. Adicione a mistura seca de farinha e misture com uma espátula ou garfo (a receita pede pra continuar na batedeira em velocidade baixa) apenas para incorporar, sem se preocupar em deixar empelotado. Junte as passas e incorpore ligeiramente. Encha 2/3 de cada forminha com a massa e leve para assar por cerca de 20-25 minutos, mas fique atenta, os meus assaram em 15 minutos. Eles estarão prontos quando você apertá-los em cima e a massa voltar, como se fosse um travesseiro (se não quiser fazer isso, faça o teste do palito). Deixe que esfriem sobre grelha ou faça como eu: devore alguns ainda quentinhos.

Fonte: Afternoon Tea – Molly Perham.

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Bolachinhas de Amor e Canela


Alguém sabe a diferença entre bolacha e biscoito? Quando eu era pequena, a idéia que eu tinha era de que bolachas eram sempre achatadas e sem muita graça (como as bolachas Maria, Maizena, Cream Cracker) e os biscoitos eram aqueles com algo mais no sabor e no formato. Com o tempo, pra mim, tudo virou biscoito. Na internet não encontrei muita coisa, mas parece que não há diferença nenhuma, são apenas palavras com origens diferentes para a mesma coisa.
Bom, mas essa questão me veio por causa do livro Dona Benta, que é de onde eu tirei essa receita. A divisão lá se faz entre bolachas, biscoitos e sequilhos. Mas nada de dizer qual a diferença. Eu já comentei por aí que esse livro me decepcionou. Não tem ilustrações, não explica as coisas com detalhes, deixa tudo meio confuso. Na verdade parece que você encontrou o caderno de receitas da sua avó e ela meio que escreveu só pra ela entender. Mas eu queria fazer uns biscoitinhos pra inaugurar meus cortadores de biscoitos e quis dar uma chance ao livro.
Na página 851, me animo a fazer as Bolachas de Amêndoas, pra usar umas amêndoas que estavam na geladeira há um tempo mas descubro que elas não estão lá há muito tempo, já que meu marido se encarregou de comê-las como quem come pipoca. Decido-me então pela receita seguinte – pelo nome eu só podia usar um cortador mesmo. O problema é que a massa ficou muito seca – imagina como eu xinguei o livro – então adicionei mais manteiga e um pouquinho de água pra dar um ponto de abrir no rolo.
Passada a raiva, tudo deu certo, deu pra abrir, cortar e assar muito bem: os biscoitos são bem gostosos, amanteigados, não espalham na hora de assar. Assei em duas fornadas: uma com papel-manteiga e outra sem, e é bem melhor com papel, os biscoitos ficam mais bonitos e com menos perigo de queimar. Usei forno 180°-200° e a receita deu 49 coraçõezinhos.

Ingredientes:
250 g de farinha de trigo
100 g de açúcar
80 g de manteiga ou margarina
3 gemas
1 colher (café) de fermento em pó
Canela e açúcar para polvilhar

Amasse bem todos os ingredientes até obter uma massa lisa, que despregue das mãos. Abra a massa com um rolo numa espessura de meio centímetro. Corte com cortadores apropriados, no formato desejado. Coloque em assadeira untada com manteiga ou margarina (sugiro forrar com papel-manteiga) e leve ao forno por cerca de 20 minutos (fique de olho pois pode assar antes – o ponto é quando começa a a aparecer o douradinho nas laterais da parte de baixo da bolacha). Depois de frias, polvilhe-as com açúcar e canela.

Fonte: Livro Dona Benta (2004).